O que é feito das nossas honra e dignidade, auto-respeito e moral? Será que caíram no berço e colo das redes sociais?
Então hoje deu-me para isto. Vou fazer uma espécie de desabafo público, um velório aos valores morais e ao auto-respeito, ao respeito (ou falta dele) por Mim próprio enquanto Ser num todo - físico, mental, emocional e espiritual.
Vou discorrer, vou 'dar uma de Miguel Esteves Cardoso' e dizer o que me vai na alma, sobre algo que me incomoda, porque cada vez me sinto mais só neste tópico e nós somos todos animais de companhia:
Já (quase) ninguém tem valores morais, hoje em dia. Eu sou uma mulher de 36 anos a quem ninguém dá mais que 30. Cuido-me q.b., nada obsessivo, sequer muito certinho ou regrado (ainda que gostasse de o ser mais), e considero-me uma pessoa moderna q.b. e de mentalidade bastante aberta.
No entanto, e socialmente falando, hoje em dia cada vez mais parece que não há guias morais interiorizados nas mentes das pessoas relativamente jovens, e de um modo geral.
Dos 15 aos 40, a malta parece (quase) orgulhar-se de se deitar todos os dias jamais antes da uma da manhã. A malta parece orgulhar-se de não ter rotinas saudáveis.
É Inverno, há menos luz natural e eu, Rosa Luísa Carvalho, que sou um ser altamente sensível e ainda altamente sensível e permeável aos ritmos da própria Natureza, raramente tenho conseguido levantar-me antes das nove, significando isto que repousei cerca de nove horas (e não quatro, cinco ou seis. Excluo excepções particulares como o caso do nosso caríssimo Presidente da República Portuguesa).
Isto é o natural para os nossos ritmos biológicos. Afinal somos animais e diz que o Homem é o único animal que se priva voluntariamente de sono e o português é o animal da União Europeia que se deita mais tarde numa base diária.
Eu acrescentaria que o Homem é o único animal masoquista e suicida, que também se priva de rotinas e hábitos saudáveis, mas acima disso priva-se de auto-respeito e de valores morais e humanos.
Não me considero uma moralista, nem 'antiquada'. Como digo sou moderna q.b. e uma mente aberta, acima de tudo sem pré-conceitos, sem julgamentos e amante do Conhecimento, gostando de questionar Tudo, principalmente o status quo e a educação tradicional.
Mas não, não me revejo nesta Sociedade de malta que usa o palavrão como discurso normal e corrente ( e que inventou uma linguagem e escrita absolutamente execráveis), que se orgulha de fumar dois maços de tabaco por dia, de beber bebidas alcoólicas como quem (deveria beber) água, que tem de estar 'batido' no bar e na discoteca até no mínimo às seis da manhã todos os fins de semana, e que com um bocado de sorte acaba numa cama, ou beco qualquer, em coitos sexuais com mais duas ou três pessoas para se irem revezando enquanto snifaram ou triparam sabe deus via quê, tudo como quem troca de camisa...
Lamento, mas não, não me revejo nestas gerações de decadência, onde o anormal passou a normal, o imoral a moral, a excepção a regra.
Vejam bem - também tive quando mais nova, e felizmente, a minha quota parte de 'aventuras', porque tal é saudável e faz parte das experiências de cada fase da vida, para podermos crescer e evoluir adultos Inteiros.
Frequentava o (mítico) Rock Line com amigos e também regressava de manhã. Mas "por deus", regressava inteira, virgem (literalmente) e sem gota de álcool no sangue, muito menos fumada ou alterada por substâncias psicotrópicas.
Também frequentei, já depois disso, festas de 'Jungle', mas novamente eu ia lá apenas pela diversão, pelo som, pela dança, pelo convívio, para sentir, para verdadeiramente lá estar, no presente, na experiência, no momento, em consciência, e não para me alienar e esquecer momentaneamente da minha própria miséria e insatisfação...
Também experimentei fumar tabaco, pela curiosidade, mas acreditem ou não (é-me indiferente) nunca experimentei qualquer droga ou substância psicotrópica, e não que não tivesse tido oportunidade para tal.
Em casa havia alguns licores e o meu pai apreciava um bom vinho, sempre com moderação, mas de vinho nunca gostei, ou de cerveja, provando no entanto ocasionalmente um anis ou vinho do Porto porque eram doces e aromáticos e porque os meus pais os tomassem e não me negassem a experiência ou curiosidade desde nova. E alguns talvez fiquem (hipocritamente?) chocados com isto mas para mim estou grata aos meus pais pois quem sabe não foi isso mesmo que me impediu de me tornar uma bêbeda por desporto.
Também me orgulho de só ter perdido a minha virgindade aos 22 anos de idade, com o meu primeiro namorado por quem me encontrasse bastante apaixonada.
Antes disso nem sequer nunca tivera as chamadas (na altura) 'curtes', quer porque
fosse demasiado tímida e socialmente incapaz, quer porque desde os meus 14 anos fosse já demasiado romântica e séria.
Não quero com isto parecer que sou algum exemplo de perfeição e que não tenha feito também os meus disparates, mas nada que se compare com a leviandade e frequência do que hoje em dia se passa...
Encontro-me, assim, desiludida e mesmo chocada, com esta sociedade de rebeldes sem causa. Rebeldes aos 40 porque não tiveram liberdade aos 20, e os rebeldes de 15 e 20 porque educados pelas redes sociais desde os seus berços.
Tudo uma cambada de mimados, tudo uns caprichosos, tudo 'filhos de papás' e 'tios de Cascais' que não sonham sequer o que é crescer-se num meio pobre e com poucos recursos nem condições, quanto mais oportunidades.
Tudo uns desavergonhados, sem auto-consciência, que precisam de ir ao dicionário ver o significado dos conceitos 'honra' e 'dignidade' porque lhes completamente alheios, alienígenas...
Não tenho inveja nem desejo mal a ninguém, muito pelo contrário. Sou aliás, e de resto, verdadeiramente Grata por tudo o que tenho e não desejaria que tivesse sido diferente pois só assim posso dar valor à pessoa Inteira e Consciente que sou hoje em dia e ainda admito que gente há que com menos que eu cresceu e no entanto alcançou já muito mais.
Mas não, não sou uma Vítima.
Vítima da Sociedade, vítima do papá e da mamã que não me deram atenção (e sim, os meus também deixaram de me dar atenção a dada altura da minha adolescência), vítima dos papás que me deram 'atenção a mais', vítima do spleen, vítima do tédio e do instantâneo, vítima da seca que estar na escola é, vítima da dor de cabeça e da ressaca por causa da noite mal dormida e do álcool todo que bebi, vítima do estalo que levei do namorado (ou da namorada), vítima de estar vivo, vítima do VIH que apanhei e da criança de que empranhei não obstante as inúmeras campanhas de prevenção do sexo desprotegido.
Vou discorrer, vou 'dar uma de Miguel Esteves Cardoso' e dizer o que me vai na alma, sobre algo que me incomoda, porque cada vez me sinto mais só neste tópico e nós somos todos animais de companhia:
Já (quase) ninguém tem valores morais, hoje em dia. Eu sou uma mulher de 36 anos a quem ninguém dá mais que 30. Cuido-me q.b., nada obsessivo, sequer muito certinho ou regrado (ainda que gostasse de o ser mais), e considero-me uma pessoa moderna q.b. e de mentalidade bastante aberta.
No entanto, e socialmente falando, hoje em dia cada vez mais parece que não há guias morais interiorizados nas mentes das pessoas relativamente jovens, e de um modo geral.
Dos 15 aos 40, a malta parece (quase) orgulhar-se de se deitar todos os dias jamais antes da uma da manhã. A malta parece orgulhar-se de não ter rotinas saudáveis.
É Inverno, há menos luz natural e eu, Rosa Luísa Carvalho, que sou um ser altamente sensível e ainda altamente sensível e permeável aos ritmos da própria Natureza, raramente tenho conseguido levantar-me antes das nove, significando isto que repousei cerca de nove horas (e não quatro, cinco ou seis. Excluo excepções particulares como o caso do nosso caríssimo Presidente da República Portuguesa).
Isto é o natural para os nossos ritmos biológicos. Afinal somos animais e diz que o Homem é o único animal que se priva voluntariamente de sono e o português é o animal da União Europeia que se deita mais tarde numa base diária.
Eu acrescentaria que o Homem é o único animal masoquista e suicida, que também se priva de rotinas e hábitos saudáveis, mas acima disso priva-se de auto-respeito e de valores morais e humanos.
Não me considero uma moralista, nem 'antiquada'. Como digo sou moderna q.b. e uma mente aberta, acima de tudo sem pré-conceitos, sem julgamentos e amante do Conhecimento, gostando de questionar Tudo, principalmente o status quo e a educação tradicional.
Mas não, não me revejo nesta Sociedade de malta que usa o palavrão como discurso normal e corrente ( e que inventou uma linguagem e escrita absolutamente execráveis), que se orgulha de fumar dois maços de tabaco por dia, de beber bebidas alcoólicas como quem (deveria beber) água, que tem de estar 'batido' no bar e na discoteca até no mínimo às seis da manhã todos os fins de semana, e que com um bocado de sorte acaba numa cama, ou beco qualquer, em coitos sexuais com mais duas ou três pessoas para se irem revezando enquanto snifaram ou triparam sabe deus via quê, tudo como quem troca de camisa...
Lamento, mas não, não me revejo nestas gerações de decadência, onde o anormal passou a normal, o imoral a moral, a excepção a regra.
Vejam bem - também tive quando mais nova, e felizmente, a minha quota parte de 'aventuras', porque tal é saudável e faz parte das experiências de cada fase da vida, para podermos crescer e evoluir adultos Inteiros.
Frequentava o (mítico) Rock Line com amigos e também regressava de manhã. Mas "por deus", regressava inteira, virgem (literalmente) e sem gota de álcool no sangue, muito menos fumada ou alterada por substâncias psicotrópicas.
Também frequentei, já depois disso, festas de 'Jungle', mas novamente eu ia lá apenas pela diversão, pelo som, pela dança, pelo convívio, para sentir, para verdadeiramente lá estar, no presente, na experiência, no momento, em consciência, e não para me alienar e esquecer momentaneamente da minha própria miséria e insatisfação...
Também experimentei fumar tabaco, pela curiosidade, mas acreditem ou não (é-me indiferente) nunca experimentei qualquer droga ou substância psicotrópica, e não que não tivesse tido oportunidade para tal.
Em casa havia alguns licores e o meu pai apreciava um bom vinho, sempre com moderação, mas de vinho nunca gostei, ou de cerveja, provando no entanto ocasionalmente um anis ou vinho do Porto porque eram doces e aromáticos e porque os meus pais os tomassem e não me negassem a experiência ou curiosidade desde nova. E alguns talvez fiquem (hipocritamente?) chocados com isto mas para mim estou grata aos meus pais pois quem sabe não foi isso mesmo que me impediu de me tornar uma bêbeda por desporto.
Também me orgulho de só ter perdido a minha virgindade aos 22 anos de idade, com o meu primeiro namorado por quem me encontrasse bastante apaixonada.
Antes disso nem sequer nunca tivera as chamadas (na altura) 'curtes', quer porque
fosse demasiado tímida e socialmente incapaz, quer porque desde os meus 14 anos fosse já demasiado romântica e séria.
Não quero com isto parecer que sou algum exemplo de perfeição e que não tenha feito também os meus disparates, mas nada que se compare com a leviandade e frequência do que hoje em dia se passa...
Encontro-me, assim, desiludida e mesmo chocada, com esta sociedade de rebeldes sem causa. Rebeldes aos 40 porque não tiveram liberdade aos 20, e os rebeldes de 15 e 20 porque educados pelas redes sociais desde os seus berços.
Tudo uma cambada de mimados, tudo uns caprichosos, tudo 'filhos de papás' e 'tios de Cascais' que não sonham sequer o que é crescer-se num meio pobre e com poucos recursos nem condições, quanto mais oportunidades.
Tudo uns desavergonhados, sem auto-consciência, que precisam de ir ao dicionário ver o significado dos conceitos 'honra' e 'dignidade' porque lhes completamente alheios, alienígenas...
Não tenho inveja nem desejo mal a ninguém, muito pelo contrário. Sou aliás, e de resto, verdadeiramente Grata por tudo o que tenho e não desejaria que tivesse sido diferente pois só assim posso dar valor à pessoa Inteira e Consciente que sou hoje em dia e ainda admito que gente há que com menos que eu cresceu e no entanto alcançou já muito mais.
Mas não, não sou uma Vítima.
Vítima da Sociedade, vítima do papá e da mamã que não me deram atenção (e sim, os meus também deixaram de me dar atenção a dada altura da minha adolescência), vítima dos papás que me deram 'atenção a mais', vítima do spleen, vítima do tédio e do instantâneo, vítima da seca que estar na escola é, vítima da dor de cabeça e da ressaca por causa da noite mal dormida e do álcool todo que bebi, vítima do estalo que levei do namorado (ou da namorada), vítima de estar vivo, vítima do VIH que apanhei e da criança de que empranhei não obstante as inúmeras campanhas de prevenção do sexo desprotegido.
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