Hoje conheci mais uma pessoa nova, através de uma venda que lhe fiz. Uma moça muito simpática. Fomos comunicando até se concluir a venda, e do pouco que falámos e após a contactar - como tenho por hábito fazer, a perguntar se estava satisfeita com o artigo - leio algo que não me é novidade, portanto mesmo assim nestes contactos e encontros furtuitos: que 'não sabe porquê' mas gostou muito de me conhecer. Como também já ouvi que sou 'uma pessoa muito interessante' (ou como ainda já percebi e senti que empatizavam comigo por pouco; facilmente :-) ).
Ora naturalmente que me sinto sempre muito humildemente lisonjeada, mas também não irei dar uma de falsa modesta ou ingénua, porque sendo eu uma pessoa muito espiritual sei que este tipo de empatias têm qualquer coisa que ver com a Energia da pessoa, a qual se sente e não se vê (ou a maior parte de nós não, eu incluída, mas há gente que até ver vê, assim como também há uns que o sentem mais que outros - é mais o meu caso), e claro, a personalidade de cada um; no meu caso tenho perfeita consciência de que sou uma pessoa extremamente educada (para com todos por igual), como também bem-formada, e muito simpática e naturalmente alegre e amorosa.
Não foi sempre assim, no entanto (muito pelo contrário) mesmo porque num mundo como o nosso gente muito sensível como eu nasci, sempre fui e ainda sou, felizmente (felizmente digo-o Agora :-) ) facilmente se desilude e desencanta, e quando não se sabe, consegue ou se pode ainda lidar com isso, mecanismos de defesa se activam os quais 'enterram' essa mesma inocência e genuinidade de/do Ser, infelizmente.

Felizmente a (minha) Essência não se perdeu e um longo percurso das trevas para a luz tenho feito, acreditem-me, para me reencontrar e não me Perder para sempre, mas antes assim :-) Todos nós temos as nossas cruzes, claro, e no meu caso algumas pessoas têm alguma ideia, mas praticamente ninguém sabe 'da missa a metade' :-)  Não fosse eu ter uma grande capacidade de viver no presente e seguir em frente; de ter uma fé intrínseca e de Saber (mesmo por experiência) que nós atraímos aquilo que pensamos e desejamos (e depois de muito 'ter batido com a cabeça' e ter de aceitar e mudar de estratégia; abdicar...), e eu sentiria que a minha tem sido uma bagagem de facto pesada para uma menina de 35 anos de idade andar até aqui a transportar :-)

Ora o que também é interessante, e a grande ironia da minha vida, é que no meio deste encanto natural que as pessoas - que pela minha vida vão passando, de uma forma mais fugaz e casual ou mais presente e temporariamente próxima - por mim sentem, é que mal elas sabem que a realidade é que chego a esta parte praticamente sozinha. Na verdade não tenho neste momento uma relação, de nenhum tipo, verdadeiramente íntima na minha vida. Tenho uns amigos recentes e colegas e conhecidos, e lá está, pela minha personalidade (que novamente: não se manifestou sempre assim mas tem vindo a se reencontrar de há uns anos para cá muito eficazmente :-)  ) conheço e falo com muita gente - de resto até com estranhos tenho muita facilidade em iniciar diálogos, de forma oportuna, claro; ou talvez nem sempre, mas pelo menos para mim :-)  - mas entre estar a viver sozinha pela primeira vez na minha vida (após o término de uma longa relação amorosa); o não ter familiares próximos (tenho um tio que é vizinho e embora nos falemos nunca fomos próximos nem nos démos maravilhosamente um com o outro, pelo que quanto mais sermos íntimos), já não ter pais; ser filha-única (acho que orfã-única não existe, mas pode passar a :-D 😎), ter terminado contratos cármicos com supostas grandes amizades que nunca o foram (mas que serviram um nobre propósito, portanto, agora o sei e compreendo :-) )...; no meio de tudo isto, a verdade é que não podia estar (ou pelo menos sentir-me) mais só muita vez :-)
Tudo isto se torna mais irónico pois na Consciência que tenho da minha solidão, e nos tais 'encontros imediatos' em que sinto um apego emocional por parte dos outros à minha pessoa (às vezes intimidante para mim até, ainda que no fundo eu compreenda) grande, acabo a sentir-me mal pois não sou capaz de corresponder. Eu sou o tipo de pessoa que gosto de e me dou, lá está, de forma generalista, com "toda a gente" (com um mínimo de boa energia, obviamente), mas sou muito picuinhas com quem tenho, sinto ou desenvolvo de facto um afecto especial. Talvez por isso não tenha muitas relações verdadeiramente próximas e íntimas ;-) Talvez seja uma defesa para não sair magoada na minha sensibilidade que é tão particular, e já que não encontro correspondência facilmente nos outros (que comigo se relacionam), mas a verdade é que assim como há gente que é muito esquisita com a comida? (Do estilo come para não passar fome mas dispensa alimentar-se 'daquilo'; OK, momento da parvoíce - sentido de humor gente, sentido de humor ;-) ), a brincar mas falando a sério, acabo por me envolver verdadeiramente ou abrir com muito pouca gente; até porque sou incapaz de ser verdadeiramente antipática, quanto mais ofensiva ou agressiva para com ninguém (mais uma vez - não foi sempre assim), pelo que antes prefiro me afastar de pessoas que me desiludam. A não ser o caso, consigo sempre encontrar sinergias, logo, dar-me com as pessoas, ver e extrair sempre o melhor delas (saber dar o devido desconto às fraquezas e mesquinhices que todos temos, embora eu tente ao máximo não porque sou muito perfeccionista e trabalho mesmo na minha Evolução espiritual enquanto ser-humano :-)  ), ainda que naturalmente me identifique em vários aspectos com elas, mais com umas que com outras, como é normal.
No entanto aquela química; almas-gémeas (as almas gémeas não existem só ao nível romântico. Daí que tenhamos várias); aquelas pessoas com quem nos sentimos 'em casa' e completamente à-vontade, sem reservas de nos abrirmos com e sabendo que nunca nos vão magoar; com quem nos damos e identificamos mesmo... Não tenho encontrado e / ou se encontro, o sentimento não é correspondido (o que é só mais uma ironia a acrescentar ;-)  ).

Não me entendam mal: eu sei que era necessário, e é importante, eu ter ganhado a autonomia, independência, e acima de tudo auto-estima que ganhei com a minha presente realidade, e desfruto mesmo muita vez da liberdade da minha própria companhia. Não passo propriamente os meus dias (ou noites) a ter pena de mim, graças a deus, até porque Sei que nós atraímos tudo aquilo em que pensamos e que desejamos. Divirto-me muito mais que isso e sou acima de tudo grata pois a vida tem-me tirado (o que já não me serve) e dado em igual proporção (como faz sempre a quem a isso esteja aberto e consciente), pelo que isso vai gerando um contínuo de Frequência. Mas alturas há sempre em que só falar sozinha não me chega, ou em que gostava de ter com quem desabafar algum aborrecimento, mas acima de tudo, com quem partilhar alguns entusiasmos meus.
Afinal somos humanos, logo, animais sociais, animais de companhia.
Todos nos sentimos assim de quando em vez, bem sei, mas o certo é que tenho para mim que a maior parte das pessoas (no mesmo contexto que o meu) têm a quem recorrer, e a diferença é que eu não tenho mesmo, falando em temos de proximidade física, e não sinto realmente que tenha, em termos de menores proximidades. Até porque lá está, as pessoas têm as suas próprias vidas, e pessoas, e coisas... :-)
Pelo que mesmo convivendo com pessoas sempre tive, no âmago, esta sensação de vazio, de falta, de ausência ou da necessidade de intimidade. Deve ser o meu lado Libriano, a julgar pelo que dizem.

Jesus tem-me dito que para me Encontrar completamente (e ser quem Sou) que tenho de estar disposta e aberta a abdicar, a perder "tudo" (para deixar começar a entrar "tudo" ;-) ) :-)  Pois é o que tem acontecido, queira eu queira ou não; esteja eu mais ou menos preparada. Compreendo que tal é necessário. Sinto que tenho (como todos; novamente uns mais Conscientes que outros) alguma espécie de missão; aprendo todos os dias com o Contraste; com os outros e com a vida, mas também sinto uma necessidade e gosto em contribuir e ajudar os outros com o que é a minha própria experiência de vida e aquilo em que acredito e que comigo tem funcionado.
Porque no fim queremos todos o mesmo - ser Felizes. E sentir-nos Amados. Mesmo os que o vão alcançando de forma errada (se é que se pode julgar assim...). O importante é (saber) ACEITAR, sem revoltas, tudo o que de menos bom nos vai acontecendo pelo nosso percurso rumo a essa mesma (abstração chamada) felicidade :-) Porque tudo tem um propósito.
De maneira que cá estamos; mais uma volta na montanha-russa da vida; primeira fila do Cinema, a assistir e a 'viver' o filme :-) Venham mais e novas (e permanentes e íntimas :-D ) pessoínhas. E Vida. A ver vamos o que a vida me reserva e tem para me dar.
E pronto, era isto que eu tinha para 'deitar cá para fora hoje' ;-) Faz bem.
Grata por terem lido e espero que com esta exposição de alma eu possa ter ajudado alguém a perceber que não sendo fácil nem propriamente confortável, é importante darmos o salto para uma sociedade verdadeiramente autêntica, humana, sensível e emocionalmente desperta, porque no fim partilhamos todos dos mesmos receios e é o camuflar disso mesmo que nos vem desumanizando... Bem-hajam. :-)

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