Formatação, Realização...

Tenho a perfeita consciência de que as pessoas, ao longo da minha vida, consideram e vão considerando que nunca tive ou tenho ambição ou ambições. E não tenho, de facto :-) Pelo menos não as clássicas - carreira, muito dinheiro, filhos. Penso serem estas as principais.
Felizmente nunca precisei de ambicionar ter saúde pois sempre fui globalmente saudável, portanto no sentido de nunca ter tido doenças prolongadas ou crónicas.

Tenho uma história de vida de ter crescido num meio social desfavorecido (no qual ainda me encontro), ter desistido da Universidade, e de ter tido vários pequenos empregos e trabalhos (à excepção do último, onde me aguentei mais tempo), sempre em regime de part-time. Passa a ideia de que para além da falta de ambição, nunca me dediquei a nada ;-)

Na verdade tive sempre uma única, última e maior ambição na minha vida, lado a lado com uma necessidade profunda de conexão, Ligação com o(s) outro(s), e que foi (e ainda é) encontrar o grande amor da minha vida e viver a tal história histórica do 'happily ever after"... :-)
{Eu estou a ver alguns dos leitores e leitoras a revirar os olhos e digo-vos já que podem parar, que isso faz mal à vista ;-) }

De facto fui uma miúda sempre meio retraída, crescendo meio introvertida, e mais tarde sem auto-estima, nem grandes estímulos ou condições para tal.
Vim para Portugal, de Angola nascida ainda durante a Guerra Civil, com os meus pais, naturalmente (pai Português, mãe Angolana) com um ano de idade e fiquei uns tempos na casa da avó paterna, a qual, contava-se em casa, por ser "racista" terá expulsado a minha mãe uma noite de Inverno (para mais na região da Guarda), a qual saiu comigo ao colo, tendo o meu pai vindo atrás, e a consequência disso foi eu fazer uma grande febre daquelas alucinogéneas que dizem, não me matou por "sorte" (e por ajuda de um médico :-) ).

A partir daí do que me recordo melhor, na infância e relativamente a convívio com outras pessoas, nomeadamente crianças, é do facto de ter sido sempre algo fechada. Não sei se importa dizer que também nunca andei em creches ou jardins de infância.
Recordo-me bem da dificuldade que foi estabelecer as primeiras amizades na quinta onde morava (e onde ainda moro perto de) com os outros meninos vizinhos, escondendo-me literalmente atrás das saias da minha mãe :-)
Eventualmente tal foi superado e recordo também das brincadeiras de rua, dos joguinhos os quais hoje em dia infelizmente os meninos brincam cada vez menos... :-)
Depois disso veio a escola primária. Recordo-me perfeitamente de chorar uma aula inteira.
A minha teoria, e hoje em dia, é que pelo menos na infância a minha mãe ter-me-á superprotegido, talvez porque só me tivesse, verdadeiramente, a mim cá em Portugal, e talvez ainda porque já perdera um filho. Sei que fui sempre uma criança muito sensível e frágil, mesmo em termos de personalidade, como felizmente agora em adulta voltei a ser um ser-humano muito sensível (felizmente menos frágil, e por outro lado :-) ).

Em miúda queria ser bailarina. Adorava ballet, os movimentos e a graciosidade das bailarinas. Naturalmente que os meus pais nunca tiveram possibilidades de me pôrem no ballet :-)
Gostava ainda muito de cantar, como ainda gosto hoje em dia (como é natural). Lembro-me perfeitamente de estar na espécie de quintal nas traseiras de minha casa de infância (a mesma atrás referida), tardes esquecidas a cantar A Capella e à desgarrada, sozinha, as músicas dos Onda Choc ou dos Ministars :-D

Na escola tive sempre boas notas até ao ensino Secundário. Felizmente também boas influências, entre colegas e amigos, me foram acompanhando e tendo em conta que cresci, a partir da minha adolescência, num bairro social (onde ainda me encontro, conforme ao início referido) onde só via falta de esperança (mais importante que ambição), de sonhos, e jovens mulheres já mães...

A partir daí tive algumas experiências profissionais, nem sempre felizes ou agradáveis, provavelmente influenciada por amigas da altura mais do que por motivação pessoal.
Também por influência de amigas e colegas segui para a Universidade, pois embora gostasse de e tivesse facilidade com Línguas e Literatura (principalmente a Portuguesa e a Inglesa. O meu professor de Português do 6º ano, João Soromanho Nogueira da Costa, fora uma verdadeira inspiração), não tinha consciência de um objectivo futuro profissional (quanto mais objectivo per se) nem um talento ou apetência, competência profissional que me conhecesse e em que me revisse como futura profissional do ponto de vista de ter de ter uma profissão na formatação normal social, tão-pouco ambições de carreira, e inclusive receava essa nova fase da vida pois julgava ser obrigatório passar-se pela praxe académica e tal era a última coisa que eu queria (felizmente não cheguei a passei por :-) ).

Não compreendia (e ainda não compreendo) porque é que tínhamos de decidir a área de formação profissional para a nossa vida "inteira" aos 14 anos de idade, no 9º ano de escolaridade, porque pelo menos eu não era o tipo de miúda que tivesse essa consciência e esse tipo de objectivos, conforme já disse, ou estímulos e certezas e mesmo aos testes psicotécnicos respondi igual à minha amiga de infância, a mesma com quem segui para a Faculdade, para o mesmo curso e turma, não porque me identificasse muito com ele mas para ter o seu apoio e suporte nessa nova fase...
A prova é que eu 'era boa a' e gostava mesmo era de Inglês mas como ela escolheu Francês eu para Francês fui ;-)

Tenho a sensação de a dada altura ter deixado de ser acompanhada, pelos meus pais, a nível de escola, estudos e dos meus interesses. Creio que a minha mãe já estivesse deprimida, ou pelo menos desmotivada, e o meu pai trabalhava 'no duro' como ajudante de pedreiro na Construção Civil para garantir a sobrevivência da família, muitas vezes saltando de trabalho em trabalho.
A minha mãe, oficialmente doméstica, realizava esporadicamente alguns trabalhos de limpezas.
A dada altura os meus pais separaram-se, enquanto relação de casal, mas por questões de necessidade continuámos a viver todos juntos na mesma casa.

Como se percebe eu não crescera uma pessoa muito autoconfiante ou independente. Eu diria mesmo que não cresci preparada para a "vida". Não nascera preparada para uma Sociedade fria e competitiva, calculista, onde só os mais ambiciosos, os supostos mais "fortes", vencem e para tal fazem o que tiverem de, passam por cima de quem tenham de passar, e mascaram-se de heróis e vencedores passando por cima da sua própria Essência...

A Universidade foi definitivamente uma mudança e tanto, a vários níveis. Já não havia o acompanhamento personalizado do Secundário, e não havia, definitivamente, o 'colo', a inocência, e a aventura do Ensino Básico, nem sequer o mesmo espírito entre colegas.
Dado o contraste, o choque e falta de identificação com a Faculdade, de um modo geral - mas acima disso uma desmotivação inerente e latente - acabei a frequentar quatro anos de curso dos quais só completei dois (na altura cursava Línguas e Literaturas Modernas, variante de Estudos Portugueses, área da qual por sinal gostava).
Na altura usufruía de uma bolsa de estudos social, no entanto e como crescesse inerentemente frustrada com a minha baixa qualidade de vida e tendo um grupo de amigos e colegas de extractos sociais diferentes, acabava a gastar a bolsa quer para passear, quer para adquirir bens quer para poder frequentar o ginásio, por exemplo, área pela qual também começara a interessar-me bastante desde os meus 16 anos de idade, mais ou menos.

Embora crescesse num meio social suburbano e de baixos rendimentos, eu era uma pessoa inteligente, tinha educação e tinha noção de cultura e queria poder, como os outros, usufruir disso mesmo embora não tivesse meios para...

Nunca me fora incutido espírito de sacrifício, ou de "luta" por algum objectivo, empenho para alcançar coisas para mim e como digo a auto-estima foi sempre algo a requerer um grande trabalho de fundo, de maneira que creio também que não acreditasse no meu valor - crescera sempre com uma série de complexos: desde o ser magra ao ter menstruado primeira vez um pouco para lá da média (consequentemente não ter atributos femininos desenvolvidos equiparáveis aos das amigas e colegas), ao detestar o meu cabelo africano (o qual chegara a ser alvo de piadas, assim como o meu peso ou mesmo a ausência de desenvolvimento mamário idêntico ao das congéneres), e recordo mesmo de uma vez me ter sido dito em casa que "nunca ia ser nada", ou ninguém, ou algo do género ;-)
Não culpo nem posso culpar os meus pais, tão-pouco lhes guardo qualquer ressentimento, porque hoje em dia compreendo estas questões de uma maneira bem mais profunda. O que digo é que mesmo que uma criança não acredite nem leve muito a sério ideias destas, não deixam as mesmas de ficar gravadas no seu subconsciente e como tal acabam sempre a influenciar o desenvolvimento de um adulto inteiro, bem-resolvido e capaz...

Voltando à Faculdade - como tivesse também perdido o direito à bolsa por falta de aproveitamento, decidi, autonomamente e pela primeira vez, mudar de Universidade pois só assim poderia candidatar-me a nova bolsa de estudo para poder estudar.
Desta feita decidi também escolher um curso com o qual me identificasse. Fui para Filosofia, área da qual sempre gostara de forma natural e na qual tivesse tido boas notas no Secundário (mesmo quando mal estudava para exames finais e ainda assim tirava boas notas sem cabular ou copiar, ou quando fazia os TPC com sucesso, para espanto do professor, o qual admitia não contar com empenho da minha parte pois eu fora sempre pouco dedicada às formatações de um comportamento-padrão escolar e académico... :-) ).

Por esta altura e nestes novos curso e faculdade comecei a desenvolver mais uma fobia que toda a minha vida me acompanhara, de resto... - a Fobia Social.
Por vezes tinha 'furos' entre a manhã e a tarde e muitas vezes já não conseguia regressar às aulas.

Pouco tempo depois a minha mãe começa a adoecer de forma óbvia - deixar queimar tachos com comida; humor; mais tarde desaparecimentos...
Foi deixando de ter, assim, autonomia e eu acabei a ter de tomar conta dela. De dia conseguiu-se que ela frequentasse o Centro de Dia para um pouco de alívio meu, mas a partir de pouco mais de meio da tarde e até ao final do dia eu tinha de tomar conta dela, medir-lhe a glicemia, dar-lhe banho e mudar-lhe fraldas... :-)

Por esta altura crescia em mim uma grande revolta com esta situação, pois eu que tivera sempre uma relação difícil com os meus pais e fora sempre uma pessoa rebelde e independente no sentido de espírito-livre (ainda assim sempre ajuizada, nunca tendo dado 'dores de cabeça' nem motivos de preocupação aos meus pais - nunca me drogara, nunca me embriagara e aos 21 anos de idade ainda era virgem :-) ) via-me presa a uma situação muito complicada de se lidar com e em relação à qual sentia não merecer ter de fazer parte de, passar por... :-) A consequência (entre outras) foi uma depressão a qual durou mais de 1 ano.

Com o diagnóstico de doença neurológica degenerativa (do espectro do Alzheimer), e após um tempo bastante complicado e desestruturante quer da estrutura familiar, quer da minha pessoa num todo, conseguiu-se integrar a minha mãe num Lar de Terceira Idade (felizmente muito bom, da Santa Casa da Misericórdia), única solução possível e dadas as circunstâncias.

Após algum tempo de tratamentos e acompanhamento para a depressão e de conseguir voltar a organizar a minha pessoa e a minha cabeça, eventualmente arranjei um emprego, a part-time (registo de dados / contact center) mas a contrato sem termo, no qual permaneci por três anos e cinco meses até sofrer despedimento colectivo.
Era um emprego onde não me sentia, de todo, realizada e onde sofri algumas injustiça e vi comportamentos errados embora de um modo geral não houvesse exploração nem má administração. Simplesmente não era para mim, eu não me encaixava ali. Assim sendo honestamente quando fui despedida senti (ou sei-o agora, melhor dizendo) que o Universo resolveu essa questão por mim.

Após várias mudanças e quatro anos de desemprego, tive o impulso de escolher um curso em específico, de uma área também do meu interesse, do IEFP para me candidatar a. Esse curso é o de Técnica de Massagem o qual concluí com sucesso após um ano, este ano.

No entretanto fui-me tornando uma pessoa bastante espiritual (embora tenha sido educada pela minha mãe na Religião Católica e chegado mesmo a ser acólita e Crismada, abandonei por já não me identificar) e como tal sei que tudo tem o seu tempo para cada um de nós, e que o importante é estarmos bem e conectados connosco, nas nossas individualidades, e acima de tudo ouvir a nossa Intuição e seguir o nosso Coração para podermos agir e actuar no momento certo da forma certa, por Inspiração (infelizmente atributos ainda tão desprezados), sem nos forçarmos a seguir formatações, timings e expectativas sociais...
Sei-o, pelos milagres diários que experiencio. Se é um lugar comum dizer-se que a Vida é um milagre, a minha tem-no mesmo sido e milagres reais me têm acontecido, todos os dias :-)
Sei como funciona a Lei Universal da Atracção pelo que vou construindo o meu futuro com base no meu bem-estar e equilíbrio do presente, e acima de tudo mantendo-me fiel a mim mesma, aos meus princípios e valores, crenças e ritmo. Mantendo-me fiel ao meu espírito-livre :-)

Voltando ao início deste blogue :-)  - talvez eu não partilhe, de forma activa e tão ávida, das ambições comuns das pessoas, mas tenho e sempre tive as minhas ambições e metas pessoais:

Como já contei, comecei a interessar-me por Fitness na adolescência. Desde então tive muitos altos e baixos, conforme o / a leitor / a também já compreendeu dada (parte d)a minha história de vida que aqui lhe contei, no entanto agora treino regularmente, maioritariamente em casa, há quase seis anos e isso faz parte das minhas metas e realizações pessoais - ser saudável, ser (mais) forte, ser feliz. Sentir-me bem comigo própria. Investir na minha pessoa.
E apesar de ter frequentado ginásios e não só e naturalmente apreendido algumas bases, a maior parte do que hoje sei é puro auto-didatismo. Puro interesse pessoal, pura paixão. Desde Nutrição a treinos, procuro sempre actualizar-me e evoluir enquanto praticante.

Relativamente ao canto, e conforme também já dei a entender, é um dom. Sempre tive, também, muito bom ouvido, um ouvido musical, e a minha alma sempre se expressou através do canto e da música, de ouvir música.
Em miúda tive Educação Musical e conseguia (creio ainda conseguir) reproduzir canções na flauta de ouvido sem saber as notas. Também tive um órgão daqueles pequenos, de "colo", onde fazia o mesmo.
Nunca tive uma aula de canto nem quereria ter, pelo menos de forma continuada, pois como com todos os dons, não acredito em 'aprender-se' algo que nos é inato. Uma coisa é treinar para desenvolver ou moldar de alguma maneira específica, mas os dons conforme nascem nascem perfeitos, no meu ponto de vista.

Dito isto, novamente sou uma autodidacta por convicção e paixão, e para não variar tenho auto- treinado a minha voz: cantando, gravando, ouvindo e melhorando e cantando mais e mais, de maneira que mesmo questões como afinação foram sendo limadas com o tempo e com este meu auto-treino.

No caso do canto acredito mais em encontrarmos a nossa voz, literalmente.
Creio que durante muitos anos cantasse de tudo um pouco (como ainda canto recreativamente), mas sentia sempre que não cantava maravilhosamente coisa nenhuma. Ou porque desafinasse, ou porque não gostasse de me ouvir, ou porque o meu registo não funcionasse, não servisse para aquelas canções e registos, no entanto eu insistia...
Hoje posso dizer que creio ter encontrado 'a minha Voz' :-)
É um sentimento arrebatador, pois sendo o canto uma das várias expressões artísticas da Alma, sempre precisei de cantar e sempre fui feliz a cantar, mas quando descobrimos a nossa voz, o canto sai, o canto flui, lá está, de uma forma natural e perfeita e somos tão felizes, porque o que canta é a nossa alma :-)

Outra das minhas paixões é portanto a Espiritualidade. A busca de e o regresso a mim própria... (e a expansão e a expressão de mim, para o outro...)
Sei que tenho ainda um longo caminho, mas já alcancei muito também.
Lado a lado com a Espiritualidade, a Psicologia. Também aqui me cultivo constantemente porque é uma paixão.
Já pratico meditação regular há algum tempo e tenho tido a bênção e honra de ter o suporte de alguns dos very best na área, os quais têm ajudado a transformar a minha vida e a minha realidade, a minha auto-estima e o meu auto-conhecimento, o meu poder e motivação interior (e os quais foram entrando na minha vida de forma mágica e sempre quando mais precisei): Jesus, Abraham-Hicks e Teal Swan :-)

Tenho portanto talentos, invisto em mim, tenho interesses e produzo e crio coisas, como por exemplo estas linhas deste blog :-) Procuro ganhar conhecimentos e manter-me estimulada.
Não sou competitiva, nunca fui, mas sou sim auto-competitiva. Estou sempre atrás de melhorar e desenvolver competências em todas as áreas de interesse e paixão na minha vida, do (meu) Fitness ao meu Inglês oral :-)

O que mais ambiciono é trabalhar sempre no meu interior, na minha Essência, e chegar ao outro e estabelecer uma conexão íntima com ele.
Creio que assim a minha maior ambição na vida seja mesmo a de conseguir ser completamente eu, sem filtros, ter uma ainda maior Consciência de Tudo, do Todo, do Colectivo. Ser a minha melhor versão, sempre com a consciência da imperfeição humana, mas conseguindo encontrar a minha voz e o meu lugar no mundo, numa perfeita auto-expressão, livre de formatações... :-)

Honestamente não acredito em pessoas preguiçosas ou sem ambição. Pessoas sem interesse ou que não buscam novos conhecimentos, auto-cultivação. Simplesmente é anti-natura, e de um ponto de vista espiritual é contrário ao propósito de encarnarmos ou reencarnarmos, e à partida. O ser-humano é um animal criativo.
Acredito sim em pessoas desmotivadas, ou pessoas que não aceitam ser formatadas.

Numa sociedade de pessoas pouco empáticas e solidárias - somos muito bons a ser solidários para com grande causas mas ignoramos o Próximo ali ao nosso lado... -, formatadas, como digo, para serem competitivas, passarem por cima dos outros muita vez, e anularem as suas essências e a sua humanidade, a sua Fragilidade (já nem falo da Intuição), Sociedade de falsos moralistas, espíritos manietados, é muito fácil apontar o dedo a quem como eles não se conformou a uma formatação social de um emprego qualquer, das 9h às 9h, para ganhar o pão, nos casos em que se é infeliz, lá no fundo, a fazê-lo, naturalmente...

Compreendo, mesmo sem o saber na primeira pessoa, que quando se tem filhos, e mulher ou marido para alimentar, contas para pagar, que estas escolhas e decisões sejam inevitáveis, mas mesmo o chegar a esse ponto é uma consequência, uma Manifestação de um padrão de pensamento, de uma desistência de Sonhar realizações pessoais mais Elevadas.
E depois, subconscientemente frustrados que estamos, muita vez, olhamos de lado para aqueles que ou simplesmente desistiram - e sendo que estão no seu direito inato a tal - ou ainda não se renderam e como tal vão vivendo, porque esses ao menos sempre são mais felizes e espelham a nossa real desistência de nós próprios...

O que não tenho, felizmente, é a necessidade de corresponder a um estereótipo social de realização pessoal. Não tenho necessariamente nada contra quem o faça, se se sentir bem assim ou se esse estereótipo lhe couber.
Aborrece-me mais a expectativa dos outros. Aborrece-me mais que mo tentem "impor". Entristece-me a falta de autonomia e a falta de confiança - mais que confiança: saber fazer uso e saber que isso é possível e real, e como funciona - numa Lei que é Universal...
Entristece-me mais ainda a falta de individualidade, de independência intelectual e a audácia de sonhar, a audácia de ousar Ser-se, verdadeiramente, quem se É quando não se está a ser algo, para os outros ou para a Sociedade, que tenha de se ser...
Entristece-me que a Sociedade infeliz e castrada em que vivemos catalogue isso de irresponsável, imaturo ou irrealista...
Mas acima de tudo entristece-me a desumanidade e desumanização disto tudo advinda...

Eu não preciso de ter " ambições ", sequer. Não tenho de as ter. Só preciso de estar bem Comigo, de me sentir bem no Aqui e Agora, que é o único tempo Real pois sei que tudo o que tiver de vir, virá; será uma consequência lógica e universal, e natural, disto.
Sou, e sinto-me, feliz assim o que ao fim e ao cabo é só o que importa nesta vida.

Hoje sei para o que nasci - nasci não para ter de estar preparada para esta Sociedade como ela é, mas sim para ajudar a mudá-la, a fazê-la evoluir, uma pessoa de cada vez :-)

Espero que o / a leitor / a ouse Sonhar e Expressar-se, Realizar-se e ser Feliz também ;-)
                                 

Comentários

Mensagens populares