Just love YourSelf

                             
Sou uma empática. Já nasci assim, como é natural. Não fui sempre assim porque pelo caminho mais as várias lições cármicas da vida fui-me perdendo, mas no entanto nasci assim.
Para quem não está familiarizado com o conceito, um empático é uma pessoa que se liga intimamente aos outros. Às suas emoções, à sua essência. De uma forma mais prática podemos dizer que é alguém que se preocupa com os outros. Não tanto com aspectos externos ou materiais, mas com o mundo interior dos outros.
Ora para se ser assim é necessário, primeiro, ser-se uma - e como se diz em Inglês - 'highly sensitive person', (com a respectiva sigla HSP, para o charme e identidade ;-) ) ou em bom Português: Pessoa Altamente Sensível.
À semelhança do defeito - ou patologia - anterior, também já nasci assim :-)

Como dizia ao início não fui, no entanto, sempre assim, pois como podem imaginar nascer-se com tais características não é fácil no Mundo que temos, mas também não será por acaso, pois precisamente este Mundo que temos está sedento de pessoas 'especiais' :-)
Acredito que cada um de nós é único e que por isso encarne, ou reencarne, com um propósito específico e venha à Terra dar o seu tal contributo especial.

Conforme já dei a entender, não foi sempre fácil ser assim. Pelo contrário. Num mundo de gente menos empática do que eu (ironia propositada do Universo, claro), acabei a fechar-me para não ser magoada. Isso, e ainda o facto de que sempre me custou compreender e aceitar que os outros não devolvessem o que eu lhes dava (por vezes até bem pelo contrário disso).

Ou seja: eu sempre fui aquela pessoa que nunca falhava as parabenizações de aniversário independentemente de falar regularmente com aquela pessoa, e sempre fui aquela pessoa que estava lá para os outros (se acham que isso é prática comum e espectável, then think again ;-) ).
Sempre fui (e ainda sou) aquela pessoa que atenta no estado de espírito dos outros e se preocupa com o seu estado emocional, e que ouve e tenta compreender e apoiar de alguma maneira. E tudo isto de forma altruísta - bem, ou mais ou menos (mas garantidamente cada vez mais), pelo menos, porque sendo também humana como os demais é natural que todos gostemos que os outros também se preocupem connosco de volta.

Para ironia minha e como dizia, a recíproca, portanto, não era verdadeira, o que só adicionava ao meu desencanto com o mundo e com as pessoas de um modo geral...
Sempre senti, assim, uma grande necessidade de relações íntimas, profundas, o que levou a que eu tenha sempre crescido com grandes carências afectivas e uma grande falta de auto-estima.

Estão a ver aquela 'estrela' de que se fala, ou 'anjo da guarda', ou o que prefiram chamar? Pois creio bem que sempre tive um protector desses (afinal qualquer "special one" que se preze anda devidamente acompanhado do seu guarda-costas à altura 😎😁 ), pois só assim se explica que após muitos tombos e desilusões, frustrações e faltas de amor e amor-próprio convertidas em raiva, desprezo, ódio e mesmo violência por ou contra aquilo que me parecia um mundo feio e infernal de se viver em, eu tenha, a dada altura, conseguido me reerguer e tornar-me (ou retornar-me) na 'alminha' que sou hoje :-)

Não sou perfeita nem nunca vou ser (um cliché de vez em quando também faz falta só para quebrar o ritmo ;-) ), no entanto creio ter conseguido alcançar um certo 'estado de graça', eu diria e digamos assim, em que consigo hoje em dia conviver muito melhor com a ideia de eu ser assim, meio diferente do comum, e acima de tudo, aceitar e respeitar o Outro por não ser como eu ou por ser diferente de mim (mesmo tal me fazendo por vezes ainda alguma confusão em termos pessoais, na convivência) :-)
Isto nada tem que ver com achar-me melhor ou superior e os outros piores ou inferiores a mim. Simplesmente hoje em dia consigo aceitar e conviver muito melhor com a ideia de não receber do outros a mesma empatia e atenção que (ainda) lhes dou (como disse é algo patológico 😎) e não achar que eu tenha algum problema, que não seja 'amável' o suficiente para os outros (me amarem de volta de igual modo, portanto); consigo eu amar-me a mim muito mais, até porque só nos amando e respeitando como somos, na nossa individualidade e nas nossas particularidades conseguimos dar-nos aos outros.
Aceito-me assim, e uso isto como um dom, uma missão ao serviço da Humanidade e de uma causa maior :-)

Deixo-vos assim com uma mensagem final - nunca se substimem nem queiram ser igual a 'toda a gente' só para se encaixarem. Valorizem, 'abracem' e acarinhem o que de único há em vocês. Tenham orgulho em vocês, desde que venha do coração. Até uma próxima ;-)
                               




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